A associação ambientalista Amigos do Mar de Gaia entregou na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) documentos que suportam a sua preocupação com a erosão costeira que se verifica naquele concelho.
«Entre os dias 14 e 18 deste mês, a costa marítima de Gaia sofreu uma erosão anómala, especialmente preocupante na noite de 14 para 15», alertou Jorge Amaral, presidente da associação, informa a agência Lusa.
O ambientalista revelou ter entregue na CCDRN um relatório sobre a situação, acompanhado por fotografias que retratam a erosão ocorrida nos últimos dias, especialmente na zona de Francelos.
«O corte foi longo, mais de 40 metros, e o areal que sustenta os cordões dunares abateu 3,45 metros, o que quer dizer que desapareceram centenas de toneladas cúbicas de areal», afirmou Jorge Amaral, considerando que «este desgaste da costa deveria acontecer» apenas «ao longo de 10 ou 15 anos».
«O que aconteceu, especialmente na noite de 14 para 15 de Novembro, não é uma situação normal provocada pelo mau tempo, até porque não tem havido mau tempo e marés que o justifiquem», frisou.
Para o ambientalista, o problema reside na pressão urbanística, salientando que «a mão do homem está em todo o lado».
«As zonas litorais são complicadas de gerir, mas não são impossíveis», defendeu, admitindo que a costa de Gaia está a sofrer as consequências da construção dos esporões do Cabedelo. «Os técnicos estimavam que não iríamos ter repercussões nas praias de Gaia, mas isso já está a acontecer e, contra a natureza, não há técnica ou engenharia que possa valer», frisou Jorge Amaral. Nesse sentido, alertou que «não se pode esperar para ver, há que prevenir, é preciso estar atento ao que se passa».
Fonte: Portugal Diário